Embaraçamo-nos demais em questões burocráticas, mas não resolvê-las seria atropelar os caminhos para a democracia. O que não podemos é deixar de pensar como artistas, os “normais” pensam apenas em salários, quanto ganhar ou perder, isto é sintoma de que já se perdeu tudo, que a matéria domesticou o espírito. Quem desenha a cor, matéria da luz, quem faz sorrir ou baila, quem tem ouvido, que dá forma à frase, à natureza se volta, a este laço entre nós e ela, nunca deverá ser um simples funcionário público. Quem está muito feliz por ter uma sala, voz pra mandar, por conseguir ser um professor de qualquer matéria de arte, que acha isto o máximo... Não é artista nunca foi nunca será... Nossa luta é pela liberdade, liberdade criativa, liberdade de ser, liberdade de poder dizer sobre o futuro e alertar sobre os cárceres presente. Teresina precisa de nós, a zona norte precisa de nós, então que somos? Que não faremos? Gostaríamos de pensar que não haverá lugar aonde não poderemos chegar, mas ficar aqui preso ao Teatro do boi, olhando as paredes desmanchar ou o telhado descer, não é elogio demais à dubiedade?
