Uma junção de metáfora, pulos, contrações, formulações muito além da objetividade, mas que existe. E diante de todos nós do Teatro do Boi que pudemos ou não, ou nos recusamos a ir ver uma produção riquíssima em injunções e alusões sonoras, musicais.
Beirando o dramático, ainda estou por ter uma leitura, mas faço desde agora um levantamento, senso comum sobre o pensamento daquilo que vi, tentarei relacionar com o atual em Teresina.
Não é por que não compreenda, não é por que não saiba dançar, não é porque eu não conheça música ou que seja um aleijado para tudo que tem cor luz e forma, ou que ouça ou pense conhecer demais ou um pouquinho apenas, que ao menos não leve meus filhos ao teatro e amigos. Que meu mundinho não venha usufruir das coisas mais lindas que fizeram para mim, então este lugarzinho meu é lama cheia de depressão e loucura por dinheiro, conforto e outras taras. Mercado Central não pode ser tratado como fazem com as frutas inservíveis, não pode ser levado no caminhão que passa pela cidade, aos olhos dos que apenas dizem “olhar lá tanto tomate estragado, sendo levados aos porcos!”, e gente lá do lixão, os enrolados de espaguete, juntam a cidade. Rejeitos que são servido nos pratos, nas residências pobres, longe da “beleza”. Acho que Mercado Central fala disto, da beleza e do não belo, não, nem do belo, nem do feio, mais muito mais e mais além... Um ruído, em minutos vastos serve às coreografias, os bailarinos por vários destes dançam... Uma pequena frase repetida, repetida... alcança núcleo dramático, sai do ruído para som do som para o ritmo, do ritmo pra a mensagem, em pequenas células... e foi isto que vi pequenas células de muita coisa, de muita coisa...
O que meus sentidos foram tocados e agora estarão no lixo de minhas retinas, alimentando meu sangue. Sempre estamos construindo e seria bom que construíssemos um mundo de liberdades, para onde as humanidades masculinas e femininas um dia voltem-se como possivelmente amorosas.
Fazer arte é um a tarefa dificílima, principalmente quando se estiver pressionando pelo descrédito, pelo medo, pela falsa sensibilidade, é preciso ser além das humanidades locais, assim entendo todo o trabalho de Luzia, alguém que esteve aqui no teatro do Boi construindo uma história, que inseriu e depois desertou para além do município, mas sempre começando de muitas maneiras, como se nunca tivesse partido. Veio agora debelar o carrego.
O Jony meus deus! Absorto em sua tensão passou por cima do fio da tomada, tivemos uma pausa e depois tudo prosseguiu do jeito que foi. Voltando ao assunto Luzia Amélia, que adquiriu conhecimento suficiente, superior capaz de fazer forte a qualquer crítica. E humilde para saber ir buscar onde estar acontecendo algo, a informação necessária à sua criação (o que digo é apenas luma, energia, talvez logo volte a terra).
Isto que não estão vendo, que Mercado Central vê e faz. Faz o cotidiano daquelas barraquinhas, a levar e a trazer frutas, dos casos de vendas de corpos dos homossexualismos femininos e masculinos, abertamente rachados entre a barafunda de informação ou desinformação a fazer daquele mundo um universo-lugar de forças que se arrastam para continuar vida, e vivem no bom e melhor ou todas as formas de se fazer gente ou bicho gente, mais, de transformar em metáforas aquilo tudo que é o centro de Teresina e do todos os mercados brasileiros.
A força empregada pelos bailarinos de não deixarem que digam por ai que eles não têm técnica, que o pensamento-ação não é atual, espero que resistam, espero que este grupo não seja obrigado a recomeçar, por forças dos “nãos”. Luz! Existe uma força luminosa, chegaram aqui, são mais que seres humanos, poderão ir mais além. Luz! Deus sol ama as horas de caniça.
Esta práxis de não ser vítima do preconceito local e nacional, na escolha do perfil físico dos bailarinos, apenas um de cútis quase 100% negra, é certeza de que lá por fora ainda não podemos de modo algum deixar de lado o provinciano nacional e local que nos obrigam a usar seus modelos e não somente os nossos. Vejo um grupo, disposto a pagar o preço. Deixados de lado, por discípulos e outros tantos, resistindo... Iguais a todos os camelôs, barraqueiros, gordas vendedoras de coisas gordurosas... Gente da CODIPI, do São Joaquim lá no Mercado Central.
Chiquinho Pereira.
Não é por que não compreenda, não é por que não saiba dançar, não é porque eu não conheça música ou que seja um aleijado para tudo que tem cor luz e forma, ou que ouça ou pense conhecer demais ou um pouquinho apenas, que ao menos não leve meus filhos ao teatro e amigos. Que meu mundinho não venha usufruir das coisas mais lindas que fizeram para mim, então este lugarzinho meu é lama cheia de depressão e loucura por dinheiro, conforto e outras taras. Mercado Central não pode ser tratado como fazem com as frutas inservíveis, não pode ser levado no caminhão que passa pela cidade, aos olhos dos que apenas dizem “olhar lá tanto tomate estragado, sendo levados aos porcos!”, e gente lá do lixão, os enrolados de espaguete, juntam a cidade. Rejeitos que são servido nos pratos, nas residências pobres, longe da “beleza”. Acho que Mercado Central fala disto, da beleza e do não belo, não, nem do belo, nem do feio, mais muito mais e mais além... Um ruído, em minutos vastos serve às coreografias, os bailarinos por vários destes dançam... Uma pequena frase repetida, repetida... alcança núcleo dramático, sai do ruído para som do som para o ritmo, do ritmo pra a mensagem, em pequenas células... e foi isto que vi pequenas células de muita coisa, de muita coisa...
O que meus sentidos foram tocados e agora estarão no lixo de minhas retinas, alimentando meu sangue. Sempre estamos construindo e seria bom que construíssemos um mundo de liberdades, para onde as humanidades masculinas e femininas um dia voltem-se como possivelmente amorosas.
Fazer arte é um a tarefa dificílima, principalmente quando se estiver pressionando pelo descrédito, pelo medo, pela falsa sensibilidade, é preciso ser além das humanidades locais, assim entendo todo o trabalho de Luzia, alguém que esteve aqui no teatro do Boi construindo uma história, que inseriu e depois desertou para além do município, mas sempre começando de muitas maneiras, como se nunca tivesse partido. Veio agora debelar o carrego.
O Jony meus deus! Absorto em sua tensão passou por cima do fio da tomada, tivemos uma pausa e depois tudo prosseguiu do jeito que foi. Voltando ao assunto Luzia Amélia, que adquiriu conhecimento suficiente, superior capaz de fazer forte a qualquer crítica. E humilde para saber ir buscar onde estar acontecendo algo, a informação necessária à sua criação (o que digo é apenas luma, energia, talvez logo volte a terra).
Isto que não estão vendo, que Mercado Central vê e faz. Faz o cotidiano daquelas barraquinhas, a levar e a trazer frutas, dos casos de vendas de corpos dos homossexualismos femininos e masculinos, abertamente rachados entre a barafunda de informação ou desinformação a fazer daquele mundo um universo-lugar de forças que se arrastam para continuar vida, e vivem no bom e melhor ou todas as formas de se fazer gente ou bicho gente, mais, de transformar em metáforas aquilo tudo que é o centro de Teresina e do todos os mercados brasileiros.
A força empregada pelos bailarinos de não deixarem que digam por ai que eles não têm técnica, que o pensamento-ação não é atual, espero que resistam, espero que este grupo não seja obrigado a recomeçar, por forças dos “nãos”. Luz! Existe uma força luminosa, chegaram aqui, são mais que seres humanos, poderão ir mais além. Luz! Deus sol ama as horas de caniça.
Esta práxis de não ser vítima do preconceito local e nacional, na escolha do perfil físico dos bailarinos, apenas um de cútis quase 100% negra, é certeza de que lá por fora ainda não podemos de modo algum deixar de lado o provinciano nacional e local que nos obrigam a usar seus modelos e não somente os nossos. Vejo um grupo, disposto a pagar o preço. Deixados de lado, por discípulos e outros tantos, resistindo... Iguais a todos os camelôs, barraqueiros, gordas vendedoras de coisas gordurosas... Gente da CODIPI, do São Joaquim lá no Mercado Central.
Chiquinho Pereira.